quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Prazer Estético

É bom saborear um gelado, porém, ele sacia o apetite; se me sentir enfartada é natural que não me apeteça comer gelado, embora possa recordar que constitua uma sensação agradável. Do ponto de vista estético, a sensação de saciedade não existe, porquanto o meu prazer estético não satisfaz nenhum outro desejo.
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A sensação estética é, por definição, agradável - um dos critérios que a definem é suscitar prazer, agrado.
Ao olhar para uma onda que se desfaz, não só vejo a massa de água, como me apercebo de algo cujo peso e impacto se pode calcular através da hidrodinâmica. Esta componente conceitual e teórico subjaz à generalidade das nossas percepções e experiências.

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É neste ponto que entra a emoção estética. No exemplo referido, a onda pode não representar a massa de água susceptível de me atemorizar, mas antes uma manifestação sublime da natureza (magnífica embora inspire receio) sem quaisquer implicações.

A experiência pura é independente do que possa saber sobre a água. Experiências desta índole ocorrem na nossa interação com a natureza. Os artistas retratam-nas na pintura, nos romances, na música. A obra de Arte pode representar ou não a vaga, mas o que se propõe captar é a emoção em si, quaisquer que sejam os meios de que se serve.
*Dabney Townsend

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