quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os padrões artificiais geradores de angústia e desespero no homem



Depois de um recesso de fim de ano voltamos aos trabalhos desse blogue apresentando breves comentários sobre as causas da angústia humana a partir da análise de esteriótipos criados por Soren Kierkegaard. Esse pequeno texto que segue foi escrito através da solicitação de um leitor após discutirmos a questão dos perfis artificiais que compõem a sociedade, não é um trabalho definitivo, apenas um esboço do qual pretedemos melhorar. Por hora serve de ponto inicial das primeiras discussões. Aos interessados meu contato é orpheu999@hotmail.com, aos leitores antigos, é bom tê-los de volta, e aos novos, sejam bem-vindos. Ai vaí...

             

                     "De uma forma geral, pode se dizer que na vida há três caminhos ou sendas que o indivíduo acaba escolhendo de maneira mais ou menos espontânea, de acordo com predileções particulares de cada qual, dentro dessas há uma série de subdivisões que serão descobertas a partir do sujeito em si. As três grandes vertentes são : A Estética, a ética, e a religiosa. 

 A primeira diz respeito ao homem comprometido com o prazer da vida, com o gozo de cada momento, é a caricatura tradicional do assim chamado irresponsável, do playboy; Já a vida no sentido ético, vem nos falar do tradicional pai de família, de um ser humano maquinalmente comprometido com as suas “obrigações”, trabalho, crença na sociedade etc; A última concepção de agir, a ação religiosa, vem inevitavelmente de encontro ao sentimento de impotência do homem ante a vastidão do mundo, o indivíduo religioso é alguém essencialmente desacreditado, ele busca uma realidade sobrenatural, tentando conceber a origem e o motivo das coisas. 
 A grande questão, entretanto, não é ter conhecimento dos comportamentos, mas sim ter ciência do ponto de partida para a ocorrência desses estereótipos. É necessário entender, a priori de qualquer reflexão, que o homem antes de ser envolvido em todo o arcabouço de valores sociais, tradicionais ou não, é ele um ser livre no sentido lato. E uma vez que se defronta com a realidade (artificial) do senso comum, ele (o homem) se sente acuado, nessa condição de pasmo com o próprio “eu”, se vê entregue. Hora pela falta de auto-crença, hora pela crença exacerbada em verdades alheias o ser se coloca em uma sub-condição de não governo e cria fugas diversas, pela projeção de uma imagem de potência (ideal estético), pela projeção de uma imagem de retidão (ideal ético) ou pela justificação de si numa sofismática transcendente (ideal religioso), mas por mais escravo que se apresente, por mais esquecido de si,no coração do homem, no recanto mais sombrio, existe um vulcão latente (a essência de cada um...) que se não se permitir caminho para a vazão de sua lava quando chega a erupção ela apenas atinge o seu próprio produtor. Quero dizer com isso que em linhas gerais as nossas personalidades ou modos pessoais de interagir em sociedade são de fundamentalmente artificiais, o homem sempre pauta suas ações em diretrizes impostas por linhas de pensamento que introjetam valores pré-fabricados no indivíduo, ou quando não fazem oposição a elas não deixando igualmente o traço de artificialidade, posto que ao se isolar da experiência perde-se a chance de conhecê-la ainda que seja apenas para melhor julgar e isso gera uma angústia. O afã pela novidade é algo próprio do homo sapiens, e viver algo estático é extremamente frustrante, então esqueça as regras e deixe-se envolver... 
 Homem se vê posto na linha de tiro entre o ser e o dever, a razão e o desejo, o teatro e a vida... Mas o tempo parece curto demais para se encenar tantos papéis. Se vencermos a nós mesmos não haverão mais adversários. Um velho mestre disse uma vez: “O HOMEM É UM DEUS ENFAIXADO !” Retirem-se as faixas e busque-se a verdade de cada um. Não é tão difícil a autenticidade é o único caminho. " 


Ps: Espero que esses comentários breves o auxiliem em suas reflexões.

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