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Tenho medo que meu corpo seja composto da argila dessa terra, que ele tenha se fundido ao chão enquanto os anos passavam sem alarde. A noite passa qual quimera, como passa o desfile de sombras, como passam e se aninham em mim tudo o que há de grave e profundo. Queria buscar na cidade um propósito novo, lá caminhando só encontrei postes e praças. Pelas ruas um silêncio inconsútil reina soberano, às vezes um cão cruza o caminho; silencioso.
O ar é de gelatina, definitivamente baço, mesmo ao sopé das luzes de sódio. Os sinos do campanário anunciam indiferentes, todos tem de prestar contas um dia. Antes, os que devem a si mesmos. Viver pra morrer, morrer pra viver. O pasmo de existir é oscilante em olhos e mãos, postura imobilizada. A única coisa digna de nota parece ser o dilema. Bem aventurados os que não nasceram...
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Um comentário:
Leandro:
Este seu Ótimo texto foi publicado no Duelos.
Sim, recebi o selo. Aproveito para agradecer a honra. Como é bem trabalhoso escolher que blogs irão receber os selos, demorará um pouco para publicá-lo lá. Mas, quando for publicado, lhe aviso, ok?
Valeu mesmo! Por tudo!
Abração e tudo de bom!
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