sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fenomenologia (parte 2)


A Fenomenologia e a psicologia

(...) Em sua tentativa de aplicar a Fenomenologia ao exame da existência humana, Heidegger, Sartre e outros autores franceses desenvolveram uma linguagem sofisticada, recheada de termos que caíram no gosto dos acadêmicos mas se tornaram um obstáculo ao entendimento da doutrina inclusive entre os próprios intelectuais. 
O mais original e dinâmico dos primeiros associados de Husserl, no entanto, foi Max Scheler (1874-1928), que havia integrado o grupo de Munique quem realizou seu principal trabalho fenomenológico com respeito a problemas do valor e da obrigação.Ampliou a idéia de intuição, colocando, ao lado de uma intuição intelectual, outra de caráter emocional, fundamento da apreensão do valor. 

Foi de grande importância e de grande impacto o pensamento fenomenológico na psicologia, na qual Franz Brentano e o alemão Carl Stumpf haviam preparado o terreno, e na qual o psicólogo americano William James, a escola de Würzburg, e os psicólogos da Gestalt haviam trabalhado ao longo de linhas paralelas. This method, and adaptations of this method, have been used to study different emotions, psychopathologies, things like separation, loneliness, and solidarity, the artistic experience, the religious experience, silence and speech, perception and behavior, and so on.
Mas a Fenomenologia deu provavelmente sua maior contribuição no campo da psiquiatria, no qual o alemão Karl Theodor Jaspers (1883-1969), um destacado existencialista contemporâneo, ressaltou a importância da investigação fenomenológica da experiência subjetiva de um paciente. 
O paciente psicológico é paciente em vista do objeto ideal que em sua mente corresponde à realidade, não importa qual a situação externa, e porque essa construção ideal difere do padrão comum dos objetos ideais na mente das demais pessoas com respeito aos mesmos estímulos dos sentidos. O psicólogo precisa encontrar o significado nos objetos do mundo ideal do seu paciente, a fim de poder lidar com sua situação psicologia.
Jaspers foi seguido pelo suíço Ludwig Binswanger (1881-1966) e vários outros, inclusive Ronald David Laing (1927-1989) na Inglaterra, na psiquiatria existencial da linha filosófica ateia de Sartre; Viktor Frankl (1905-1997), com sua teoria da logotherapia, na Áustria e, pioneiramente, Halley Bessa (1915-1994), no Brasil, ambos da linha do existencialismo cristão de Gabriel Marcel (1889-1973).
O fenomenalismo. A femonomenologia não pode ser confundida com o Fenomenalismo. Este não leva em conta a complexidade da estrutura intencional da consciência que o homem tem dos fenômenos. A Fenomenologia, diferentemente do Fenomenalismo, examina a relação entre a consciência e o Ser. Para o Fenomenalismo, tudo que existe são as sensações ou possibilidades permanentes de sensações, que é aquilo a que chamam fenômeno. É materialista. O fenomenólogo, diferentemente do fenomenalista, precisa prestar atenção cuidadosa ao que ocorre nos atos da consciência, que são o que ele chama fenômeno. 
Comentário e Crítica. Na psicologia, a objeção que se levanta é contra a possibilidade de se viver com o paciente sua própria visão do mundo, de sua situação e de si mesmo. Como a subjetividade deve estar também no psicólogo, é impossível ter o terapeuta uma intuição desses aspectos que seja inteiramente livre do seu próprio eu, do seu próprio pensar, de modo a evitar introduzirem-se em sua análise certas impressões pessoais que precisaria evitar. , então o que a Fenomenologia diz é que o terapeuta deve buscar compreender com a sua subjetividade a subjetividade alheia. Na verdade, necessita um grupo de psicólogos consultores de modo que as suas visões possam se somar para uma compreensão mais profunda de um fenômeno. (Isto é chamado "intersubjectividade"). Porém deve lembrar-se de que, a rigor, ele não tem nenhum padrão absolutamente confiável para aprovar ou reprovar qualquer comportamento alheio, apesar de se encontrar confortável com a estatística da normalidade das atitudes e dos costumes. 
Na Política e no Direito, o modo de se lidar com a subjetividade é a Democracia, em que o problema da subjetividade é contornado por meio do consenso, pela coincidência estatística de opiniões, pelo voto de um conselho ou da população, de modo que, por assim dizer, a subjetividade de um único indivíduo, ou de uma minoria de intelectuais, não venha a prevalecer. Em Moral e Religião, a âncora são as escrituras, consideradas revelação divina.

*Rubem Queiroz Cobra 

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