sexta-feira, 26 de junho de 2009

As nações tem desígnios próprios?

O respeito pelas pessoas como agentes morais autônomos exige que lhes concedamos o direito de escolher uma posição moral para si próprias, por mais repulsiva que possamos achar a sua escolha. Segundo a filosofia do liberalismo político, exige-se também que insistamos que o governo não comece por ocupar as escolhas morais individuais estabelecendo uma religião de estado ou uma moralidade de estado. Mas a oposição intransigente a todas as formas de autoritarismo político e moral não deve comprometer-nos com o relativismo moral ou com o cepticismo moral. A razão pela qual é errado o governo ditar uma moralidade ao cidadão individual não é que existam dúvidas acerca de quais são as formas de vida satisfatórias e quais são as formas de vida não satisfatórias, ou de algum modo moralmente erradas. (Se não houvesse tal coisa como o moralmente errado, então não seria errado o governo impor escolhas morais.) O fato de algumas pessoas recearem, ao admitirem abertamente algum tipo de objetividade moral, encontrar algum governo a impor-lhes a sua noção de objetividade é, sem dúvida, uma das razões pelas quais tanta gente subscreve um subjetivismo moral ao qual não dá um assentimento real.
*Hilary Putnam

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