Como a noite descesse e eu me sentisse só, só e
[ desesperado diante dos horizontes
[ que se fechavam,
gritei alto, bem alto: ó doce e incorruptível
[ Aurora! e vi logo que só as estrelas
[ é que me entenderiam.
Era preciso esperar que o próprio passado
[ desaparecesse,
ou então voltar à infância.
Onde, entretanto, quem me dissesse
ao coração trêmulo:
— É por aqui!
Onde, entretanto, quem me dissesse
ao espírito cego:
— Renasceste: liberta-te!
Se eu estava só, só e desesperado,
por que gritar tão alto?
Por que não dizer baixinho, como quem reza:
— Ó doce e incorruptível Aurora...
se só as estrelas é que me entenderiam?
*Emílio Moura
quinta-feira, 28 de abril de 2011
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Um comentário:
Tudo sempre tão forte , denso e lindo por aqui. Nunca perdes a propriedade de palavras tão intensas e verdadeiras ! Por isso leio e cada vez que volto aqui penso que ainda não sei escrever...
Te convido a conhecer meu outro espaço de poesia , quando puderes , será uma honra lhe ver por lá : www.vidainversoepoesia.blogspot.com
Grande Beijo !
www.meusescritoseoutraspalavras.blogspot.com
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