Terras de Abril, eu, cá fechado
Entre o gozo da rosa incriada
Ante o ermo da noite concreta.
Caminhando vou, involuntariamente
Perpasso ruas, vielas e coisas sem nome.
Não há mérito no movimento, não há
Inserção espacial que não seja arbitrária,
Contrariamente ao repouso do que pesa.
Surpreendo-me agora constante
Entendo súbito o que cresceu enigma,
Soturnamente pelo andrajo perdido
Abraço a Esfinge que sou e erro,
Inconsciente dum carinho maternal.
Eu morro com a memória de ontem,
Depois dela o que resta evade torpe
Como fuga ou vazio da alma.
Não se é senão o que se deixa matar.
A primavera mais uma vez replicante
A flanquear de novos sulcos a terra.
Como se pode viver em paz depois disso?
O que tenho de mais colorido é Ser pálido.
Não ousem roubar daqui essas sombras
Com elas pavimento o caminho
Quem sabe um dia iluminado.
*Leandro M. de Oliveira
domingo, 17 de abril de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário