sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Os Doze Trabalhos

IV

Naquele tempo onde não se concebe
O instante fugiu aos olhos
E o senso mergulhou perdido
Na lembrança calcinada
Da fogueira antiga.

Resgatar como uma fênix invencível
A frágil ave que aqui tombou, silente.
Sem as potestades do encantamento
Ter um amor repartido em vinho e pão,
Costurar as pálpebras no mergulho
Fundir a vida ao calor de uma entrega.

O coração é um órgão de fogo!
Inaudita matéria, confusão de astros
Arremessando a esmo luz na treva.
Que o céu torna menos augusto
A cada destino não consumado.
O mundo convertido em massa fria,
E eu assim, perdidamente
A encher de magma os olhos.

*Leandro M. de Oliveira

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