sábado, 24 de abril de 2010

Amniótico (das crenças de hoje)

A resposta justa ao problema não foi proposta por ser a melhor, antes por ser produto de convicções internas muito subjacentes na ação teoricamente não intencional. Esse homem chamado cientista, é só um homem, passível de toda a sorte de paixões e decisões partidárias a que qualquer outro está exposto.

E mais uma vez você deu a vida pela verdade e de novo se viu morrendo em vão, no campo infértil dos trigais de quem acreditou. Se você se pensa livre por ser socialista, é tão preso quanto qualquer liberal. Se se acha puro por ser cristão, é mais corrompido que todos os ateus. Se por fim se sente livre em não levantar bandeiras, será a liberdade deveras, o teu ópio e o teu calabouço. A intransigência da negação nubla a vista e encerra a potência. Ser reacionário não é testemunho de fortaleza. Que há de justo, verdade ou conveniência além daquela mentira indecorosa contada tantas vezes?

Deus é fiel, a sua mãe não foi... Te fez acreditar que a prisão é o melhor remédio. Aqui se vai, tão aquém do que se era possível... Se no mundo todas as verdades são provisórias, que há de eterno além da ilusão? Participar é aceitar enxergar através de uma lente que você não pintou, ou quem sabe, fingir humildade na dominância. O mundo não permite a inocência, bem vindo à época das segundas intenções.

Sempre ela, a ciência. Te faz crer na evolução mas, o que evoluiu ao longo dos anos foi só a argúcia daqueles que dominam a técnica pra te fazer pensar que há um sentido de perenidade, além daquele guiado pelo interesse de quem opera o sistema. Ninguém vai te salvar aqui, a verdade científica em geral é tão verdade quanto o vôo de Ícaro ou os trabalhos de Hércules. A consciência humana bóia “in vitro” no fluido amniótico das imposições cotidianas. Você, tão arrebatado das promessas, não percebe sequer por um momento que essa é uma casa sem paredes e que qualquer intempérie da natureza pode assim nos dilacerar.

No bojo das ações, isenção é mito.
*Leandro M. de Oliveira

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