sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Antífona da chuva

I
Limalhas de aço a sibilar liquidamente

Espaço entre o corte e a compostura,
A presença da água assim como o desatino
A fazer mais úmida a caminhada do hoje.
A água cai, do mesmo modo que exita
Um homem em seu leito de morte.
Sepulcral, a forca em que entregaste
Aquilo que teu jamais pôde ser.
O metal rarefeito violenta o silêncio,
O corpo, a memória. Nesse país
Todo o sangue é vil, toda dor é vã.
Que as indelicadezas sejam perdoadas.
Ao cortar os pulsos pense em mim
Com um pouco mais de candura
Antes que a horda de cães chegue aqui.

II
Dorme enquanto os outros trabalham, trabalha enquanto todos dormem. O levante das Termópilas não durará toda uma vida. Quando a primavera chegar o clima será mais ameno caso todas as flores não tiverem sido pisadas. Sinto como se tivesse chovido mas, ao acordar constatei que a água era imaterial. Só eu é que me umedecera por dentro.


*Leandro M. de Oliveira

Um comentário:

José María Souza Costa disse...

Convite
Passei por aqui, para lê o seu blogue.
Admirável. Harmonioso. Eu também estou montando um. Não tem as Cores e as Nuances do Vosso. Mas, confesso que é uma página, assim, meia que eclética. Hum... bem simples, quase Simplória. E outra vez lhe afirmo. Uma página autentica e independente. Estou lhe convidando a Visitar-me, e se possível Seguirmos juntos por Eles. Certamente estarei lá esperando por você, com o meu chapeuzinho em mãos ou na cabeça.
Insisto que vá Visitar-me, afinal, o que vale na Vida, são os elos de Amizade.

Deixe no comentário, o endereço do seu blogue, para facilitar, a retribuição em Segui-lo.


www.josemariacosta.com